10 de abril de 2013

Oito mil deixam Forças Armadas em sete anos


Aguiar Branco corta 161 milhões na Defesa já em 2014
Ministro da Defesa não se voltou a comprometer com números e pediu aos jornalistas para fazerem as contas 
Miguel A. Lopes/Lusa Ministro da Defesa não se voltou a comprometer com números e pediu aos jornalistas para fazerem as contas

Começou por anunciar um corte de 218 milhões de euros durante a atual legislatura, mas, com base nos números hoje apresentados por Aguiar Branco, a Defesa deverá receber já em 2014, pelas contas do Expresso, menos 161 milhões de euros.

As Forças Armadas deverão receber menos 161 milhões de euros já em 2014, estimou o Expresso a partir das linhas gerais da reforma da Defesa hoje apresentadas por Aguiar Branco e pelos quatro chefes militares.


Depois do alarde causado pelo ministro da Defesa ao anunciar, em Fevereiro, um corte de 218 milhões até ao final da legislatura, em 2015, o governante recusou-se hoje avançar com números, pedindo aos jornalistas para fazerem eles próprios as contas.

Pelas contas do Expresso, se, tal como prevê o Governo, o Produto Interno Bruto (PIB) crescer no próximo ano 1,9% em termos nominais e os militares receberem, segundo o chefe de Estado-Maior, general Luís Araújo, 1,1% do PIB, deverão ser entregues ao Ministério da Defesa 1839 milhões de euros. Este ano, foram orçamentados mais de 2000 milhões, o que significa que serão menos 161 milhões de euros.

Nas linhas gerais da reforma das Forças Armadas, que amanhã, quinta-feira, serão debatidas em conselho de ministros, fica definido como "compromisso orçamental estável para a Defesa" até 2020, a consignação de 1,1% do PIB, incluindo a Lei de Programação Militar (que define as aquisições de meios e equipamentos para as FA).

Segundo o ministro esta percentagem poderá ser negociável apenas em 0,1%. Quer isto dizer que nos próximos sete orçamentos (2014-2020) os militares poderão arrecadar entre 1% e 1,2% da riqueza gerada anualmente pela economia portuguesa.

Quanto ao eventual impacto da decisão do Tribunal Constitucional nos cortes da Defesa, o ministro respondeu sempre da mesma forma, apesar da insistência dos jornalistas: "Esta reforma é estrutural e acontece à margem das questões de natureza financeira, seria levada a cabo ainda que não houvesse necessidade de fazer cortes." E mais não disse.

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