Aguiar Branco corta 161 milhões na
Defesa já em 2014
Miguel A. Lopes/Lusa Ministro da Defesa não se voltou a comprometer com números e pediu aos jornalistas para fazerem as contas
Começou por anunciar um corte de 218
milhões de euros durante a atual legislatura, mas, com base nos números hoje
apresentados por Aguiar Branco, a Defesa deverá receber já em 2014, pelas
contas do Expresso, menos 161 milhões de euros.
As Forças Armadas deverão receber menos 161 milhões de euros já em 2014,
estimou o Expresso a partir das linhas gerais da reforma da Defesa hoje
apresentadas por Aguiar Branco e pelos quatro chefes militares.
Depois do alarde causado pelo
ministro da Defesa ao anunciar, em Fevereiro, um corte de 218
milhões até ao final da legislatura, em 2015, o governante recusou-se
hoje avançar com números, pedindo aos jornalistas para fazerem eles próprios as
contas.
Pelas contas do Expresso, se, tal
como prevê o Governo, o Produto Interno Bruto (PIB) crescer no próximo ano 1,9%
em termos nominais e os militares receberem, segundo o chefe de Estado-Maior,
general Luís Araújo, 1,1% do PIB, deverão ser entregues ao Ministério da Defesa
1839 milhões de euros. Este ano, foram orçamentados mais de 2000 milhões,
o que significa que serão menos 161 milhões de euros.
Nas linhas gerais da reforma das
Forças Armadas, que amanhã, quinta-feira, serão debatidas em conselho de
ministros, fica definido como "compromisso orçamental estável para a
Defesa" até 2020, a consignação de 1,1% do PIB, incluindo a Lei de
Programação Militar (que define as aquisições de meios e equipamentos para as
FA).
Segundo o ministro esta percentagem
poderá ser negociável apenas em 0,1%. Quer isto dizer que nos próximos
sete orçamentos (2014-2020) os militares poderão arrecadar entre 1% e 1,2% da
riqueza gerada anualmente pela economia portuguesa.
Quanto ao eventual impacto da decisão
do Tribunal Constitucional nos cortes da Defesa, o ministro respondeu sempre da
mesma forma, apesar da insistência dos jornalistas: "Esta reforma é
estrutural e acontece à margem das questões de natureza financeira, seria
levada a cabo ainda que não houvesse necessidade de fazer cortes." E mais
não disse.
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