30 de novembro de 2012

"grito de alma"

Januário Torgal Ferreira, o bispo das Forças Armadas
O bispo das Forças Armadas, Januário Torgal Ferreira, afirmou hoje no Porto que subscreve o "grito de alma" contido na carta aberta que várias personalidades, lideradas pelo ex-presidente Mário Soares, dirigiram ao primeiro-ministro.
"Em relação a qualquer pedido de mudança de pessoas, isso não passa por mim. Agora, os juízos de valor que ali são emitidos (...), só um louco é que é capaz de negar tudo isto, ou quem estiver habituado a dizer hoje 'não', quando ontem disse 'sim', e vice-versa", declarou o prelado.
O ex-presidente da República Mário Soares é o primeiro subscritor de uma carta aberta dirigida ao primeiro-ministro para apelar a uma mudança urgente de políticas, sob pena de ser forçado a apresentar a demissão.
Para os signatários desta carta aberta, "o crescente clamor que contra o Governo se ergue" é uma exigência para que o primeiro-ministro altere, urgentemente, as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, pelo interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses ainda a mais graves e imprevisíveis consequências".
Januário Torgal Ferreira disse que foi convidado a subscrever a carta e que não o fez "para não prejudicar" os seus autores, mas garantiu estar de acordo "que se diga a um político, com toda a postura e todo o respeito, que as pessoas estão desesperadas".
"É um grito de alma. E se disserem que um bispo não pode dar um grito de alma, eu pergunto é que está a democracia, onde é que está a liberdade".
O bispo das Forças Armadas esteve hoje na delegação do Porto do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, onde participou em mais um debate no âmbito do ciclo "Justiça à conversa".

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